Parque Natural Regional do Vale do Tua já é uma realidade no terreno

“Estamos a formatar um produto” com o objetivo de o organizar em “pacotes turísticos para vender nacional e internacionalmente”, defende diretor do parque.

Já é visível e palpável o trabalho que nos últimos três anos tem vindo a ser desenvolvido para consolidar e estruturar formalmente aquele que é o primeiro Parque Natural Regional do país: O Parque Natural Regional do Vale do Tua (PNRVT). Abrange cinco concelhos (Alijó, Carrazeda de Ansiães, Mirandela, Murça e Vila Flor), que juntos vão mostrar que existe uma nova oferta turística no território e no país, que não quer ser ignorada, pelo contrário, que está apostada em reunir sinergias, aproveitar o que já existe, o que ainda está a ser feito, apostar em parcerias estratégicas, para se apresentar no mercado nacional e internacional, de forma organizada, estruturada e sustentada. “Todos nós sabemos que não há uma segunda oportunidade para causar uma primeira boa impressão”, comenta Artur Cascarejo, diretor do PNRVT, explicando o trabalho no PNRVT tem vindo a ser desenvolvido, passo a passo, com todas as cautelas.

A par da resolução de todos os formalismos inerentes ao processo de reconhecimento e oficialização do parque, os responsáveis deram início à criação da imagem de marca, o logótipo, que resultou de um concurso lançado junto das Escolas Secundárias e Profissionais da região, e ao Plano de Comunicação e Marketing, que envolveu as instituições de ensino superior, Instituto Politécnico de Bragança e Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Foi já feito um Guia da Natureza e avançou o projeto de sinalização do parque, que aguarda apenas a aprovação do Instituto de Mobilidade Terrestre, para ser implementado ao longo do Vale do Tua.

Este parque, que tem financiamento garantido por parte da EDP, por 75 anos, conta nestes primeiros 12 anos de atividade com uma verba garantida de 7,5 milhões de euros. “Mas nós queremos potenciar esse investimento com candidaturas aos Fundos Comunitários”, afirma o responsável apontando como exemplo o projeto de criação das Portas do Parque, uma por concelho (locais de informação e conhecimento onde se pretende usar a tecnologia para estimular a visitação do território), assim como um plano de turismo de natureza, na sua componente de desporto e aventura, que prevê a criação de percursos pedestres e de BTT, entre outras iniciativas. “Estes dois projetos, em implementação, representam um investimento de mais um milhão de euros”, disse.

O que o PNRVT está a fazer de momento é a investir “nos custos de contexto”, isto é, na organização, na estruturação da oferta no seu conjunto, uma área onde nenhum privado iria investir.

Mas não só do novo se faz a estratégia do parque. É óbvio que existem projetos âncora, como o Centro Interpretativo do Vale do Tua, o próprio Plano de Mobilidade, mas existem outros equipamentos municipais que têm de entrar nesta oferta, existe oferta privada, produtos, gastronomia, património, etc. “Agora vamos organizar isto numa lógica de pacote turístico para nos podermos apresentar no mercado e vender”, sustenta.

E dentro desta lógica de optimização de recursos e sinergias Artur Cacarejo sublinha a importância das parcerias externas: “Nós já integramos a rede de parques naturais, aderimos à marca Natural.pt., ao consórcio Norte Natural, porque temos de ganhar escala”.

Uma escala que em momento algum representa a perda da identidade local, pelo contrário, é essa diferenciação que pode constituir uma mais-valia para convencer o turista a permanecer no território por mais do que um dia e meio, que é o tempo que em média permanece actualmente.

“Se queremos trabalhar no mercado internacional temos de perceber que um turista da Noruega ou da Suécia não vem passar 15 dias só ao Parque Natural do Vale do Tua, ou ao Geopark Terras de Cavaleiros, ou a Montesinho, mas se toda esta oferta estiver estruturada já é possível ao turista organizar o sue programa de 15 dias”, defende. “E neste momento o que nós temos de dizer é que existirmos, há uma nova realidade na oferta turística no território, que é o Parque Natural Regional do Vale do Tua”, remata.

O PNRVT é um projecto que nasce na defesa do desenvolvimento sustentável de todo o Vale do Tua, que tem no Turismo o principal foco de dinamização económica.