Autarcas satisfeitos com conclusão do relatório da UNESCO
O presidente da Agência de Desenvolvimento do Vale do Tua ficou satisfeito com a conclusão do relatório da UNESCO, porque corresponde ao que “sempre” defendeu, nomeadamente “que é possível compatibilizar a barragem e o Alto Douro Vinhateiro (ADV)”.
“Sempre dissemos, desde a primeira hora, que era possível compatibilizar a construção da barragem e a preservação do ADV, até porque nós não queríamos perder a classificação, mas também não queríamos perder um investimento reprodutor de riqueza para a região e para o país”, afirmou Artur Cascarejo.
O Governo recebeu na terça-feira o relatório da missão conjunta do Comité do Património Mundial da UNESCO, ICOMOS e IUCN sobre a construção do aproveitamento hidroelétrico de Foz Tua, entre Alijó e Carrazeda de Ansiães.
Fonte do Ministério da Agricultura, Ambiente, Mar e Ordenamento do (MAMAOT) disse à Lusa que o relatório “conclui que a construção do aproveitamento hidroelétrico de Foz Tua, de acordo com o projeto revisto, é compatível com a manutenção do ADV na Lista do Património Mundial”.
De acordo com as conclusões a que chegaram as peritas que visitaram a região, a barragem tem um “impacto visual reduzido” no ADV “na sua integridade e autenticidade, quer ao nível da paisagem, quer ao nível do processo vitivinícola”.
Segundo o MAMAOT, o relatório “aplaude” ainda a opção tomada em construir a central elétrica enterrada, solução que é considerada tecnicamente “adequada”.
O também presidente da Câmara de Alijó referiu que o projeto do arquiteto Souto Moura vai “minorar o máximo possível do impacto na paisagem”, ao enterrar toda a central
“Este aproveitamento hidroelétrico que inaugura um novo paradigma na construção deste tipo de barragens, na medida em que não se limita a fazer o aproveitamento de energia, mas inclui um projeto de desenvolvimento regional que vai ajudar toda esta região”, frisou.
Esta conclusão da UNESCO corresponde, segundo Artur Cascarejo, “às melhores expectativas” dos autarcas.
Contactada pela Lusa, a EDP disse que não quer comentar este assunto.
O Governo referiu que está a estudar “cuidadosamente” as recomendações da UNESCO de forma a garantir a sua plena execução.
(LUSA, 2012/10/10)